quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Editorial para o catalogo do KK

A sala de aula ainda estava vazia, cheguei cedo para o primeiro dia de aula. Aos poucos as pessoas foram chegando. Caras novas, jovens, curiosas em saber o que iria acontecer e acanhados em relação aos futuros colegas de classe.
O clima de timidez foi amenizado quando um garoto passa de mesa em mesa cumprimentando os colegas. Quem era? Renato, mas podem chamá-lo de Cidão. E aos poucos já se podiam ouvir algumas conversas paralelas.
A sala de aula estava cheia, eram 40 alunos e pela primeira vez o numero de meninas era superior ao de garotos, como disse o professor Nilton diretor da escola.
Com o passar dos semestres os professores foram se apresentando, cada um com sua peculiaridade.
Marina, a pequena oriental, mantinha a disciplina da sala a “ponta de faca”. Sempre exigente em suas atividades, apresentou aos alunos a misteriosa cabaça, que foi pintada de todas as formas e ângulos. Mostrou um Brasil encantador, cheio de mistérios e diversidades, trouxe a importância dos índios para a construção cultural do país. Muito consciente do seu papel como educadora, tentou abrir os olhos dos alunos para a preservação ambiental e por diversas vezes disse que tínhamos que cuidar não só o país, mas também o ambiente escolar que nos cercava de todas as formas. Nos acompanhou durante os 3 semestres e só temos que agradece – lá, por sua dedicação e comprometimento.
João, o jocoso, as aulas de quinta-feira eram as mais freqüentadas no primeiro semestre. Acompanhado por seu Notebook trazia para a sala de aula seus conhecimentos de um ex-aluno do KK, como também as experiências de um profissional. Correndo de um lado para o outro, sempre disposto a ajudar os alunos, que aos poucos iniciavam a carreira de designer. Mesmo depois quando não dava mais aula para nossa turma, era um ponto de referência procurado pelos alunos.
Lua, suas aulas sempre cheias de cores e formas, apresentou aos alunos a aquarela, acrílica, lápis de cor e a perfeição, pois enquanto a pintura não estava boa, tínhamos que refazê-la até sua martelada final. Nos acompanhou durante os 3 semestres e seu cantinho na sala 24 será lembrado pelas rodas que fazíamos para que ele pudesse apresentar as atividades.
Cila, a historiadora, levou à sala de aula as pirâmides do Egito e as construções arquitetônicas da Grécia. A cada transparência ilustrada na parede, conhecíamos obras de arte de diversos períodos históricos. Seus trabalhos eram feitos à mão, já que não os aceitava digitados, trouxe aos alunos a velha folha de almaço que por muitos já tinha sido esquecida. Com apenas a luz do retroprojetor, suas aulas serviram de descanso para os olhos dos alunos que cansados de trabalhar durante o dia, tiravam um cochilinho na sala de aula.
Edna, no primeiro semestre suas aulas foram recheadas de desenhos em quadrinhos e rafs. Afinal, cada aluno teve que elaborar uma personagem e uma história com começo, meio e fim. Mesmo com os atrasos, todos entregaram e a professora ficou muito contente com alguns resultados que obteve. Voltou no terceiro semestre trazendo questões mais éticas e profissionais, para a turma de já se preparava para sair.
Fátima, se no primeiro semestre acompanhou apenas uma metade da turma, nos últimos dois soube administrar as duas partes. Trouxe para a sala de aula o bidimensional, colocamos a mão na massa, quer dizer na argila e produzimos os mocaps. Sem contar os anúncios de revistas e nos “r” do ultimo semestre. Foi orientadora no trabalho de conclusão de curso da segunda metade da turma e sempre batia um papo cabeça com os garotos e garotas da turma.
Silvio, a fênix, não teve acidente de moto, dengue, costela quebrada e gripe que derrubasse nosso professor de fotografia, que no primeiro semestre se aventurou nas aulas de CorelDraw. No segundo semestre esteve ausente devido problemas de saúde, mas voltou com a força total no terceiro, contando suas artimanhas nas ondas do litoral paulista.
Mouzart, calma não tivemos aulas de músicas no técnico de designer, esse era o nome do nosso professor de fotografia no segundo semestre, que substituiu (e muito bem), o professor Silvio. O ex-aluno do KK levou para sala de aula a maquina fotográfica, e aos poucos foi cativando os alunos com seu jeito desengonçado e atrapalhado de ser. Sempre com seu fiel All Star e suas perninhas tortas que foram alvos de vários flashes dos alunos.
Nil, o professor dos últimos dois semestres de informática, logo conquistou os alunos, devido aos conhecimentos em Ilustrator e Photoshop. Por ser um profissional da área, mostrou aos alunos a importância de fazer bons trabalhos e de não ser um “Zé tosqueira”.
Quedas, do primeiro ao ultimo semestre, mostrou aos alunos a importância da tipografia ou tipologia (como queiram). Foi um dos professores que mais organizou visitas técnicas. Sempre preocupado com a questão dos animais, principalmente os gatos, elaborou trabalhos para conscientizar os alunos e a sociedade. Sua forma pausada de falar e ser, embalava as aulas. Quem vai esquecer dos “portas-seios” ou da troca de nome entre os alunos?
Paulo, orientador da primeira turma, perdeu os poucos cabelos que tinha, já que dificilmente os alunos traziam na data, os trabalhos que ele pedia. Mas no fundo, bem no fundinho sabia da capacidade de todos que mesmo atrasados, traziam os trabalhos. Foi peça importante na conclusão dos trabalhos finais, pois sempre buscou algo mais de seus alunos. E apesar de não dar o braço a torcer, sabe que os trabalhos ficaram ótimos.
Vera, professora do ultimo semestre, acompanhou alguns TCC´s, em suas aulas trouxe para os alunos, a importância das pesquisas de mercado, a montagem do briefing e referências bibliográficas, em suas apresentações no PowerPoint.
Débora, a professora de “L.C”, colocou o pessoal de DG pra falar, em suas aulas tivemos apresentações e até entrevistas de emprego. Apesar de não gostarem muito de falar o pessoal até que se saiu bem. Relembrando a professora Cila, até um ditado rolou no ultimo semestre.
Ângulos, compassos e régua! As aulas da professora Estela, fizeram muitos quebrarem a cabeça para achar a circunferência exata no primeiro semestre.
Foram 14 professores, durante um ano e meio, cada um com sua habilidade, competência e é claro muita paciência, afinal eram duas turmas com alunos de diferentes estilos e personalidades. Não podemos esquecer é claro, do diretor Nilton, o coordenador Pedro e dos funcionários que de longe acompanharam nossa passagem.
No inicio éramos 40, no decorrer do curso alguns desistiram por motivos diversos, deixando saudade e a sala cada vez menor. O intuito do Catálogo é mostrar o que foi elaborado durante o curso e até mesmo coisas novas elaboradas especialmente para esse exemplar.
Foram 547 dias, de muita risada, confusão e noites em claro, daqui algum tempo alguns serão apenas conhecidos, outros amigos para sempre, mas todos com uma coisa em comum: ex- alunos do KK.

2 comentários:

Anônimo disse...

Adorei o editorial!
Vc tbm lembra do Cidão comprimentando tds no primeiro dia de aula! hehe
=D
Retratou muito bem td que vivi naquele lugar mágico!
Bju

Marisa

Anônimo disse...

A grasi que saudades do KK, vamos nos reencontrar todos vai!!