sábado, 31 de maio de 2008

Não era a primeira vez que assistir a uma semifinal com o Corinthians, mas o jogo contra o Botafogo tinha um sabor diferente.
Em 2007, sofremos com o rebaixamento para a série B e a corrupção correu solta no Parque São Jorge. Esse era o momento de mostrarmos que temos condições de voltar de onde nunca deveríamos ter saído.
Tínhamos perdido o 1º jogo por 2 a 1, com um gol nos instantes finais da partida.
A torcida cooperou e rapidamente esgotou os ingressos para a partida de volta.
Dentro de campo tínhamos que fazer um gol, apenas um, seria o suficiente para chegarmos à final da Copa do Brasil e quem sabe a tão sonhada Copa Libertadores. Mas estamos desfalcados, faltavam quatro titulares. A situação não era das melhores...
O jogo foi do jeito que a torcida gosta...
Corinthians começou o jogo impondo seu ritmo e teve boas chances de marcar ainda na 1º etapa.
Segundo tempo começa com Mano Menezes já expulso, coloca Acosta no lugar de Fábio Ferreira. Devo confessar que ouvir o nome de Acosta, não foi muito confortável, mas para calar minha boca...
Aos 7 minutos, depois do cruzamento de Herrera, Acosta faz a galera vibrar, afinal era o gol da classificação.
Pela rádio conseguia imaginar a alegria da torcida, da mesma forma também imaginei e senti a frustração que silenciou o Morumbi, 3 minutos depois com o gol de Renato Silva. Assim como o símbolo do time, havia alguns torcedores solitários comemorando a possível virada de mesa, o empate favorecia o Botafogo.
A partir daí foi só sofrimento, ouvir uma semifinal pela rádio, dentro de um ônibus, sem esboçar nenhuma reação... foi demais pra mim.Ainda dentro do ônibus, gritei “calada” ao gol de Chicão, que levaria o jogo aos pênaltis.
Querendo tirar o corpo fora, o juiz termina o jogo sem acréscimos.
E lá vamos nós...
Nessa hora vale tudo: ajoelhar na sala, cruzar os dedos (incluindo dos pés), apertar o santinho, como se a cada apertão “ele” fosse ajudar cada pênalti convertido a nosso favor.
Os goleiros como se estivessem ensaiando, saíram para o mesmo lado, tirando um peso das costas dos batedores, que agradeciam aos céus.
Cansado de brincar, Felipe acertou o canto e rebateu o chute de Zé Roberto. Ufa, estávamos na final. Aliviados?
Até o próximo apito. Terei tempo de lavar a camiseta da sorte, afinal superstição nunca é demais.

Um comentário:

Brito disse...

Um dos seus melhores texto. A leitura flui naturalmente. Parece que estamos junto com vc em cada momento angustiante. Beijos.