sábado, 23 de fevereiro de 2008

Um desafio foi lançado: conhecer algum lugar que nunca tinha visitado ou fazer um caminho diferente que habitualmente não faço e dê quebra escrever algo sobre.
No primeiro momento não é uma tarefa difícil, já que diversidade é palavra-chave da capital paulista, e podemos dizer isso em todas às áreas: gastronomia, cultura, esporte, lazer e tantas outras.
Mas como fazer isso se minha vida se resume em trabalho, escola e ônibus? Quando chega o tão esperado final de semana, não muito contente estudo mais um pouco e o tempo que resta aproveito para ficar em e recordar quem são os membros da minha família!
Mas estava com sorte e no sábado, no mesmo dia em que foi dado o exercício, tinha combinado em ir visitar um amigo que mora em Pirituba. Como nunca tinha ido a sua casa, ele me ensinou o caminho. Teria que pegar o ônibus “Jaraguá”, que sai do Vale do Anhangabaú, assim que vi o nome do ônibus a primeira coisa que me veio à mente foi o Pico do Jaraguá, que fica muito, mas muito longe de onde moro. Mas isso não me preocupou já que meu amigo havia tido que morava em Pirituba e até aí eu já conhecia.
Fiz questão de ir sentada, pois apesar de não demorar muito, minha mochila estava pesada. Deveria descer no ponto da padaria Ipanema, quando percebi que já estava em Pirituba, me levantei e fui em direção da porta, o ônibus já estava cheio, mas consegui ficar próxima a porta sem que atrapalhasse os demais. Pedi que o cobrador me avisasse quando chegasse a tal padaria. Povo desce povo sobe, e eu lá balançando no ônibus, já fazia 20 minutos que estava ali e nada do cobrador me avisar. Preocupado, perguntei a uma moça que estava do meu lado se faltava muito para chegar na padaria Ipanema, foi quando ela me disse que estava muito longe: “ih... tá longe vai demorar uns 40 minutos ainda, é o penúltimo ponto do ônibus!”
Aquela altura do campeonato, minha mochila estava pesando uma tonelada e o sol estralando lá fora. Conheci todos os cantos de Pirituba, passei próximo ao terminal de ônibus, estação de trem, bairros mais nobres outros nem tanto, subi e desci ponte. Por um instante tive a impressão que estava em outra cidade, até por uma rodovia o ônibus passa.
Mas a minha ficha só caiu quando pela janela eu vi o Parque do Jaraguá, ou seja, o local que eu mais temia estava na minha frente e nem cheiro da padaria. Foram os 40 minutos mais intermináveis da vida, ainda mais naquelas condições. A moça que eu havia pedido ajuda, achando que iria me consolar disse: “quando está transito demora quase duas horas...”.
Quando finalmente o cobrado falou as palavras mágicas: “o próximo você desce”. Nem acreditei que havia chegado, fiquei tanto tempo em pé que não sentia mais minhas pernas.
Não demorou muito meu amigo chegou, por pouco não o estrangulei. No final valeu a experiência, conheci alguns pontos de Pirituba e até o Parque do Jaraguá, que alias já marcamos um passeio para conhecer melhor, só que agora do lado de dentro.

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